domingo, 27 de outubro de 2013

Érico Veríssimo e a adaptação de O tempo e o Vento!

Coleção O tempo e o Vento - Érico Veríssimo

Estava dando uma passeada por outros blogs e acabei chegando à conclusão do que falar nesse post: um comentário sobre um livro adaptado para o cinema! E para minha sorte, acabou de sair o filme de um livro que eu teoricamente já li, O tempo e o vento, baseado na obra prima do escritor gaúcho Érico Veríssimo.
            Eu li Érico Veríssimo pela primeira vez quando eu estava no início do ensino médio. Lembro que foi o primeiro clássico que a professora pediu. Eu nunca tinha lido nenhum clássico e achava que, como uma aspirante a escritora, eu precisava ler todos e achá-los maravilhosos! Que bom que, com o tempo, eu aprendi que não precisava nem ler todos e muito menos os achar maravilhosos!  Mas naquele primeiro caso a ideia tinha começado dando certo. Com certeza Um certo capitão Rodrigo e Ana Terra foram leituras que me marcaram. Até aquele momento eu só tinha lido histórias infanto-juvenis onde as coisas normalmente davam sempre certo no final. Érico Veríssimo foi o primeiro que me ensinou que o mundo pode ser trágico e belo e que mulheres sofriam no século XIX porque a sociedade era assim e ponto. Mas foi só agora, quando saiu o filme O tempo e o vento é que eu descobri que esses dois livros são partes do volume 1 dessa trilogia!
            Acho que já deu para notar que eu sou fã do Veríssimo. Andei vendo alguns comentários de adolescentes em sites com resumo do autor e alguns deles classificaram a linguagem como “antiga”. Eu particularmente nunca tive problemas com a linguagem. Nem aos 15 anos, nem hoje. Mas como leitura é uma questão de opinião, acho legal dar uma ideia do que outros pensaram. Preciso enfocar que, apesar desse “porém”, as observações eram positivas com relação à história!  Érico Veríssimo nasceu em 1905 e começou a escrever nos anos de 1920. Mas eu considero que ele tem uma linguagem acessível com um toque regional e também coloquial. Não é um texto que cansa gramaticalmente.
            Como eu disse Um certo capitão Rodrigo e Ana Terra são dois trechos que integram o volume 1 de O Tempo e o Vento onde é contada a história da família Terra Cambará – a união da família de Ana Terra com a de Rodrigo Cambará. Acho que esse foi o jeito que o autor encontrou para contar a história de construção do Rio Grande do Sul, pois ele passa desde as disputas em Sete Povos das Missões (região de fronteira com a Argentina. Como todo mundo deve saber, “região de fronteira” é quase sinônimo para “onde uma guerra começa!”) para a revolução Farroupilha (1835/45) e Revolução Federalista (1893/94). Basicamente ele refaz o século XIX rio-grandense através dessa família.
            Sobre o filme, eu acho que ele cumpriu o seu papel. Não se tornou nenhum épico e você não sai do cinema com nenhum “uau” em mente, mas ainda assim vi com interesse! Ele enfocou a história de dois personagens (Ana Terra e Rodrigo) e a rixa com a família Amaral.


            A partir daqui o texto está com alguns spoilers! Nada realmente revelador, mas é por sua conta e risco!
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Minha nota:

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Para começar!

Há muito tempo nasceu o meu gosto por escrever. Naquela época eu achava que uma tendência assim era decisiva e que o meu futuro no mundo das letras estava traçado! Doces sonhos de meninice! Hoje, muitos anos depois, eu sei que o percurso nunca acaba. É claro que antes da vontade de escrever, nasceu o gosto pela leitura, pois, imagino eu, esse par não pode andar separado. A leitura, para mim, além de um hobby sempre foi um aprendizado.
Com o passar dos anos, chegou-me aquela fase fronteiriça: era preciso decidir o que fazer da vida! Da vida. Com todo o peso que essa palavra carrega, eu precisava escolher o que eu queria ser. Porém, eu já sabia o que eu queria ser! O único problema desse caminho tortuoso era que para o meu sonho não existia no Brasil diploma universitário. (Na verdade hoje eu sei que existe. No sul do país, muito muito distante da minha terrinha paulista, há um curso de escrita criativa.)
Entre terminar o fim do ensino médio e “crescer”, muita coisa aconteceu. Acabei estudando literatura e teoricamente me formando professora. O que importa é que eu acho que na vida de um escritor esse "todo" é muito importante e influencia quando vamos transmitir a nossa mensagem. É por isso que “O livro de Aleph” não é só a história do planeta Aleph. É também um espaço para eu dizer o que eu penso e também o que eu leio, pois tudo acaba sendo uma pequena parte dessa história.
Acho que já li isso em muitos lugares, mas a última vez que vi foi num texto do George Martin: a leitura para um escritor sempre ensina. Livros bons ou ruins terão algo para nos ensinar, mesmo que seja como não fazer algo. Tenho várias lembranças de momentos de leitura que me fizeram criar partes da minha própria história, ou me deram uma vontade louca de escrever. Alguns livros me ajudaram a criar trechos inteiros da minha própria história e se tornaram essenciais para o que eu queria transmitir. E isso sem ter relação nenhuma com cópia ou fanfic. Para vocês entenderem bem o que estou dizendo, eu já li Machado de Assis e criei um trecho de uma história de fantasia!

A nossa criatividade está ligada aos nossos pensamentos e livros nos fazem pensar! Por isso pretendo também falar de livros que eu li, por aqui. Espero apresentar a leitura de uma maneira ampla, assim como eu penso essa atividade. Para começar vou postar um vídeo que eu vi do escritor americano Neil Gaiman. Nos Estados Unidos eles têm esse costume, nas universidades, de convidar pessoas ilustres da área para fazer um discurso para turmas de formandos. Nada como o discurso de um veterano para animar começos! J