Coleção O tempo e o Vento - Érico Veríssimo |
Estava dando
uma passeada por outros blogs e acabei chegando à conclusão do que falar nesse
post: um comentário sobre um livro adaptado para o cinema! E para minha sorte,
acabou de sair o filme de um livro que eu teoricamente já li, O tempo e o vento, baseado na obra prima
do escritor gaúcho Érico Veríssimo.
Eu
li Érico Veríssimo pela primeira vez quando eu estava no início do ensino
médio. Lembro que foi o primeiro clássico que a professora pediu. Eu nunca
tinha lido nenhum clássico e achava que, como uma aspirante a escritora, eu
precisava ler todos e achá-los maravilhosos! Que bom que, com o tempo, eu
aprendi que não precisava nem ler
todos e muito menos os achar
maravilhosos! Mas naquele primeiro caso
a ideia tinha começado dando certo. Com certeza Um certo capitão Rodrigo e Ana
Terra foram leituras que me marcaram. Até aquele momento eu só tinha lido
histórias infanto-juvenis onde as coisas normalmente davam sempre certo no
final. Érico Veríssimo foi o primeiro que me ensinou que o mundo pode ser trágico
e belo e que mulheres sofriam no
século XIX porque a sociedade era assim e ponto. Mas foi só agora, quando saiu
o filme O tempo e o vento é que eu
descobri que esses dois livros são partes do volume 1 dessa trilogia!
Acho
que já deu para notar que eu sou fã do Veríssimo. Andei vendo alguns
comentários de adolescentes em sites com resumo do autor e alguns deles
classificaram a linguagem como “antiga”. Eu particularmente nunca tive problemas
com a linguagem. Nem aos 15 anos, nem hoje. Mas como leitura é uma questão de
opinião, acho legal dar uma ideia do que outros pensaram. Preciso enfocar que,
apesar desse “porém”, as observações eram positivas com relação à história! Érico Veríssimo nasceu em 1905 e começou a
escrever nos anos de 1920. Mas eu considero que ele tem uma linguagem acessível
com um toque regional e também coloquial. Não é um texto que cansa
gramaticalmente.
Como
eu disse Um certo capitão Rodrigo e Ana Terra são dois trechos que integram
o volume 1 de O Tempo e o Vento onde
é contada a história da família Terra Cambará – a união da família de Ana Terra
com a de Rodrigo Cambará. Acho que esse foi o jeito que o autor encontrou para
contar a história de construção do Rio Grande do Sul, pois ele passa desde as
disputas em Sete Povos das Missões (região de fronteira com a Argentina. Como
todo mundo deve saber, “região de fronteira” é quase sinônimo para “onde uma
guerra começa!”) para a revolução Farroupilha (1835/45) e Revolução Federalista
(1893/94). Basicamente ele refaz o século XIX rio-grandense através dessa
família.
Sobre
o filme, eu acho que ele cumpriu o seu papel. Não se tornou nenhum épico e você
não sai do cinema com nenhum “uau” em mente, mas ainda assim vi com interesse! Ele enfocou a história de dois
personagens (Ana Terra e Rodrigo) e a rixa com a família Amaral.
A partir daqui o texto está com alguns spoilers! Nada realmente revelador, mas é por sua conta e risco!
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